Mergulhar no Vale do Bestança é ir ao passado e a uma natureza onde a ação humana deixou uma ligeira impressão. Os socalcos erguidos, ao longo da encosta do vale, serviam de suporte às terras onde o Homem semeava e plantava o seu sustento diário. Os caminhos, inacessíveis a qualquer tipo de maquinaria, foram trilhados por inúmeras gerações, desde os primórdios da nacionalidade. Do tempo em que havia tão pouca terra para tanta gente, passamos para o tempo de tanta terra para tão poucas pessoas. Capelas seculares e nichos religiosos são vestígios vivos de uma época marcada pela elevada densidade populacional e pela existência de uma nobreza com poder. Actualmente, deparamo-nos com as águas límpidas do rio Bestança e seus afluentes, uma fauna quase única e uma flora autóctone que vale a pena conhecer. Do fundo do vale ao topo de Montemuro, encontramos um tempo único e um espaço único onde, como diz o poeta “Cinfães é a Terra onde os deuses lutaram a favor”. À semelhança das águas da Bestança, do vale à serra, muitos partiram para o Porto. Invicta e cidade laica, povoada de monumentos, que, tal como as suas gentes, são património único e inigualável. Viver a Cidade, sua magia, a agitação de seu povo ordeiro, hospitaleiro, empreendedor, afetivo e alegre, é sentir a ação humana, que transforma o bruto em belo e torna este espaço único no Mundo.